quarta-feira, 20 de abril de 2011

Revistas destacam estilo de vida saudável dos adventistas



Hábitos e estilo de vida saudáveis dos adventistas do sétimo dia nos Estados Unidos estão em destaque em recente reportagem da revista Superinteressante (Abril 2011), uma das mais importantes sobre ciência no Brasil. A reportagem intitulada “Clube dos 110: conheça os segredos de quem passa dos 110 anos”, assinada por Débora Nogueira, informa que as pessoas chamadas de supercentenárias se tornaram cada vez mais objeto de estudo científico com a finalidade de tentar identificar qual o motivo desta longevidade.

Um dos trechos destaca que “os bons hábitos são tão determinantes que, quando são adotados por todos, criam-se bolsões de longevidade. Talvez o melhor exemplo seja Loma Linda, na Califórnia, onde um grupo de adventistas vegetarianos não fuma, faz exercícios regularmente, dedica muito tempo à família - basicamente a receita da longevidade”.

Ainda sobre longevidade e princípios de saúde adotados pelos adventistas do sétimo dia, o tema foi destaque, também, em recente abordagem da tradicional revista norte-americana Newsweek. Um esquema com o sugestivo título “Como viver para sempre” aponta várias características e perfis com propensão a viver mais tempo. Uma das alternativas é ser Adventista do Sétimo Dia.

Segundo o diretor da área de saúde do escritório sul-americano adventista, pastor Miguel Pinheiro, este reconhecimento é muito importante porque evidencia o comprometimento adventista com um estilo de vida saudável baseado nos oito remédios divinos e em princípios bíblicos que asseguram saúde mental, física, emocional e espiritual.

[Equipe ASN, Felipe Lemos]

sábado, 16 de abril de 2011

Amigos da Esperança

Finalmente chegou o dia 16 onde as igrejas receberam as famílias por quem oraram. Este realmente foi um sábado muito especial.



A igreja do Alto da Colina, em Nova Mutum teve muito motivos para celebrar nesse sábado. Além de receber os amigos, ela inaugurou seu tanque batismal.


No culto da tarde duas crianças foram dedicadas a Deus, onde as bênçãos divinas para elas, para os pais e para a igreja foram pedidas. Logo após um sermão falando sobre a nossa esperança da volta de Jesus foi proferido, destacando a importância de pregarmos essa esperança para um mundo mergulhado em problemas.


Após o sermão, 9 pessoas selaram seu compromisso com Cristo e foram batizadas. A igreja lotada presenciou esse momento marcante na vida de cada um. Uma família inteira foi batizada, duas pessoas retornaram para a família da igreja vimos várias pessoas decidindo estar sendo batizadas no próximo batismo. Que cada uma dessas pessoas tenha uma novidade de vida que a Bíblia nos fala e que estejamos juntos naquele grande dia quando o Senhor Jesus voltar!


Vejas mais fotos na coluna direita do blog.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Encontro de Líderes de PG


No sábado dia 09 de Abril, a liderança de Pequenos Grupos das igrejas de Alto Paraguai e Novo Diamantino estiveram reunidas para aprofundar a visão. Discutiram sobre o sistema atual praticado pela igreja, refletiram sobre a importância de analisar os paradigmas que temos como igreja e conheceram a origem do PG e as "células" tão difundida entre os evangélicos.
Após discutirem e refletirem o momento que estamos vivendo como igreja, os participantes apontaram para o reavivamento individual como uma necessidade urgente de cada membro. Que Deus nos abençoe ao buscar esse reavivamento

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Missão Calebe 2011: Mais Perto das Estrelas!




Você jovem, já tem planos para suas férias? Ainda não? Essa sugestão vai te dar uma opção e mudar os planos que você já tem: Missão Calebe!

Esse movimento jovem acontece há alguns anos e a cada edição aumenta seus participantes. O que é Missão Calebe? É a maior revolução evangelística que nasceu no coração de jovens que contestaram a rotina sem graça das suas vidas e radicalizaram, decidiram dedicar alguns dias de suas férias completamente ao serviço de Deus.

Como eu faço para participar?
Entre em contato com o Departamento JA da AMT:
Dione Martins
(65) 3315-3306
dione.martins@adventistas.org.br
Inscrição: de 1 de Abril até 10 de Maio.



Não fique fora dessa!

Mensagem de um indiano ao continente Americano

"As igrejas nativas da Índia têm grande preocupação pela América agora... e estão orando para que Deus visite esse país com um reavivamento... Vocês se sentem tristes por nós, na Índia, por causa de nossa pobreza de coisas materiais. Nós, aqui na Índia, sabemos que o Senhor está triste com vocês na América por causa de sua pobreza espiritual... Em nossa igrejas, despendemos quatro, cinco ou seis horas em oração e culto, e frequentemente nosso povo acompanha o Senhor em oração a noite toda, mas na América, após terem estado na igreja por uma hora, vocês começam a olhar no relógio. Oramos para que Deus possa abrir seus olhos para o verdadeiro significado do culto... A fim de atrair as pessoas para as reuniões, vocês têm grande dependência de pôsteres, anúncios, promoções e do ser humano. Na Índia não temos nada mais do que o próprio Senhor, e descobrimos que Ele é suficiente. Antes de uma reunião cristã em meu país, nunca anunciamos quem será o pregador. Quando as pessoas vêm, o fazem para buscar ao Senhor e não um ser humano, ou para ouvir alguém favorito que lhes fale. Temos cerca de 12.000 pessoas reunidas para adorar o Senhor e desfrutar companheirismo. Estamos orando para que as pessoas na América também possam ir à igreja com fome de Deus e não meramente sequisas para usufruir alguma forma de entretenimento, ou ouvir corais ou voz de algum homem."

Bakht Singh

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Igreja Adventista do Sétimo Dia é a que mais cresce nos EUA



Depois de duas reportagens, os Adventistas do Sétimo Dia tornam o foco de mais uma matéria, dessa vez escrita. Acompanhe abaixo a matéria traduzida.



Matéria do US Today sobre a Igreja que mais cresce nos EUA: Os Adventistas

Vale a pena ler esta matéria de um dos maiores jornais americanos, o US Today (11/03 http://www.usatoday.com/news/religion/2011-03-18-Adventists_17_ST_N.htm ), sobre os Adventistas como a religião que mais cresce nos EUA:

Descansar no sábado. Prestar atenção nos códigos alimentares do Antigo Testamento. E estar pronto para Jesus voltar a qualquer momento. Se essas práticas pitorescas soam um tanto quanto antiquadas, pense novamente. Elas são marcas registradas da Igreja Adventista do Sétimo Dia, a denominação cristã que mais cresce nos EUA. Dados divulgados recentemente mostram o crescimento de 2,5% do adventismo do sétimo dia na América do Norte, onde os batistas do sul e as principais denominações, bem como outros grupos da igreja, estão em declínio. Os adventistas estão realmente crescendo 75% mais rápido do que os mórmons (1,4%), que priorizam o crescimento numérico.
Para observadores externos da Igreja Adventista do Sétimo Dia, a taxa de crescimento na América do Norte é desconcertante.

"Você tem uma denominação que é basicamente uma volta ao básico... dizendo:
'O que Deus quis dizer com todas essas regras e regulamentos e como podemos nos moldar para ser o que Deus espera que sejamos'", disse Daniel Shaw, um especialista em expansão missionária cristã no Seminário Teológico Fuller, em Pasadena, Califórnia. "Isso é apenas totalmente contrário a tudo o que está acontecendo na cultura americana. Então, eu estou dizendo: 'Uau! Isso é muito interessante.' E eu não posso responder."

Os adventistas do sétimo dia estão fazendo outra pergunta: Por que a Igreja não está crescendo mais rápido nessas praias, onde abriga apenas 1,1 milhão dos 16 milhões de adventistas ao redor do mundo? Apesar de suas raízes norte-americanas, a Igreja está crescendo duas vezes mais rápido no exterior.

"Nós não sentimos que estamos crescendo muito, e isso é uma fonte de preocupação, especialmente para a América do Norte", disse Ron Clouzet, diretor do Instituto de Evangelismo da Divisão Norte-Americana, situado na Universidade Andrews, em Berrien Springs, Michigan. Os adventistas hispânicos são "o grupo que está crescendo muito bem", ele acrescentou. "Se não tivéssemos esse grupo, ficaríamos ainda mais tristes."

Com o culto de sábado e um estilo de vida vegetariano, o adventismo do sétimo dia possui um nicho particular fora do objetivo predominantemente cristão. Mas ser diferente é tornar-se mais em ativo do que passivo.

Desde meados do século 19, quando o movimento surgiu em New Hampshire, o adventismo do sétimo dia teve uma missão urgente de levar o evangelho – com uma ênfase especial na iminente volta de Cristo – até aos confins da Terra.
Os adventistas encontraram a essência da sua missão em Apocalipse 14:12, onde o fim dos tempos exige "a perseverança da parte do povo de Deus que guarda os Seus mandamentos e permanecem fiéis a Jesus".

O foco tradicional da Igreja está agora em dar frutos em novas formas.
Imigrantes recém-chegados aos EUA muitas vezes vêm de lugares da América [do Sul] ou África, onde o adventismo do sétimo dia tem igrejas antigas, escolas e hospitais.

Aqueles que migram do Brasil para Massachusetts, ou do México para o Texas, são capazes de encontrar a familiaridade de uma Igreja Adventista local liderada por um pastor que conhece a sua cultura e fala sua língua nativa, disse Edwin Hernandez, pesquisador do Centro de Estudos da Religião Latina na Universidade de Notre Dame. Os imigrantes não são os únicos a abraçar o adventismo do sétimo dia. Muitos do público em geral têm notado que os adventistas tendem a ser grandes estrelas da boa saúde e da longevidade; pesquisas mostram que eles tendem a viver 10 anos a mais do que o americano médio.

Com forte inclinação para o sucesso na saúde e na educação, os adventistas acham que conseguem uma audiência entre os céticos que compartilham essas prioridades.

Pesquisa publicada sobre a saúde dos adventistas "ajudou a trazer algum tipo de avaliação objetiva do adventismo... sobretudo acima e abaixo da costa oeste", disse Bryant G. Alexander, secretário-executivo da Divisão Norte-Americana da denominação. "Então, falamos com as pessoas sobre o nosso estilo de vida."

Alguns recém-chegados ao adventismo também apreciam a clareza da igreja sobre o que é esperado dos seguidores de Cristo. Diana Syth, de Kent, Washington, participou de várias igrejas protestantes durante anos. Mas ela disse que "nunca chegou a obter a informação que necessitava saber sobre o que significava ser cristão", até que ela e o marido aprenderam do adventismo com um fiel, seis anos atrás. "Meu filho (adulto) tem visto uma mudança em nós", disse Syth. "Ele vê uma nova calma em nós. Há esperança onde não havia antes."

Os adventistas também estão colhendo no evangelismo os frutos de seus esforços extras. Respondendo a uma iniciativa nacional, mais de 80% das
6.000 igrejas adventistas na América do Norte realizaram eventos de treinamento ao longo da semana em hotéis, em 2009.

Bryant disse que em um ano normal, em que um terço até metade das congregações adventistas participam de tais eventos, a taxa de crescimento da igreja norte-americana fica ao redor de 1,7% - ainda assim mais alta do que outras denominações na América do Norte.

Criatividade parece render o pagamento de dividendos também. A Igreja tem visto alguns dos seus mais fortes ganhos vir de regiões não religiosas, como o noroeste do Pacífico. Em Washington, por exemplo, a denominação tem estabelecido os "cafés cristãos", onde as pessoas podem relaxar e fazer perguntas sem sentir as pressões da igreja.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Disciplina Eclesiástica: Evitando os Extremos


A igreja deve agir em nome e na autoridade de Cristo. 
A palavra disciplina vem do latim discere – “aprender” a mesma raiz da palavra “discípulo”1. Disciplina é “ensino, instrução, educação, submissão a um regulamento”2. No hebraico é musar (Dt 11:2; Pv 5:12; 15:10, etc), que, além de disciplina, significa também “instrução, advertência, castigo”3. “O termo musar significa ‘disciplina’ mas é mais que isso. [...] Ele ensina como viver corretamente no temor do Senhor”4. Já os escritores do Novo Testamento empregaram, entre outras, a palavra paidéia (Ef 6:4; 2Tm 3:16; Hb 12:5, 7, 8, 11, etc), com o significado de “treinamento” “disciplina” – do verbo paideuo, cujo significado é instruir, treinar, educar, corrigir (algumas vezes esse verbo é também empregado com o sentido de punir, castigar). É verbo utilizado para se referir à instrução de crianças,5 base para a palavra pedagogia – treinamento de uma criança.6 Paidéia, no Novo Testamento (especialmente nas epístolas paulinas), visa o mesmo que as Escrituras Sagradas, que é o “ensino, a repreensão, a correção e a educação [paidéia] na justiça” (cf. 2Tm 3:16)7.

Como visto, a idéia primeira da palavra disciplina não é castigar, punir (às vezes é empregada também com estes sentidos), mas sim ensinar, instruir, educar alguém. Assim, ao pensarmos em disciplina, deveríamos ter em mente que ela é, primeiramente, corretiva, e não punitiva. E esse deveria ser o objetivo de todo líder religioso ou membro de comissão de igreja (e das demais comissões) quando se reúnem para estudar casos em que a disciplina deve ser administrada a um membro do corpo de Cristo. A disciplina nunca deveria parecer vingança contra alguém.8

É fato que a igreja tem o direito e o dever de disciplinar seus membros. Tal autoridade foi-lhe dada pelo próprio Cristo, quando disse aos Seus discípulos (e por extensão à Sua igreja): “Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na Terra terá sido ligado nos Céus, e tudo o que desligardes na Terra terá sido desligado nos Céus” (Mt 18:18). Assim, a igreja age em nome e na autoridade de Cristo mesmo, e o espírito por trás da disciplina deve também ser o de Cristo – de corrigir, elevar, restaurar e curar.

O ideal é que nenhum membro precisasse ser disciplinado. Mas como a igreja é composta por pessoas que ainda têm a natureza carnal, vez ou outra, elas cometem pecados. Alguns casos são resolvidos entre o pecador e Deus; outros, entre ofensor e ofendido, e que não trazem opróbrio sobre a igreja. Nesse caso, a disciplina eclesiástica não é necessária. Mas há pecados que, quando vêm a público, escandalizam grandemente os irmãos, atentam contra o bom nome da igreja e suas normas, e a expõem negativamente perante os descrentes. Nessa circunstância, cabe disciplina eclesiástica, para que sejam preservados o bom nome da igreja e as normas cristãs. “Deus considera Seu povo como um corpo, responsável pelos pecados que existem em indivíduos em seu meio. Se os dirigentes da igreja negligenciam buscar com diligência os pecados que trazem o desfavor de Deus sobre a corporação, eles se tornam responsáveis por estes pecados.”9

Mas, nessa questão da disciplina eclesiástica, há dois riscos: de um lado, a indulgência, ou seja, não ser firme e pronto em tratar com os pecados dos irmãos; e do outro lado, aplicar a disciplina com um espírito farisaico e destituído de amor. Indulgência é misericórdia sem justiça, farisaísmo é justiça sem misericórdia. Esses dois extremos são mais bem explicitados com as situações de pecado entre os irmãos da igreja de Corinto, relatadas em 1 Coríntios 5:1-13 e 2 Coríntios 2:5-11. Analisemos esses versos paulinos e tiremos as lições que eles contêm quanto ao assunto da disciplina eclesiástica.

Um extremo: misericórdia sem justiça
I Co 5:1-13 – Um membro da igreja de Corinto havia cometido “imoralidade” (5:1) com a “mulher de seu próprio pai” – não a mãe do rapaz, mas sua madrasta ou uma concubina de seu pai.
A palavra grega traduzida por ”imoralidade” é pornéia, e pode ser empregada, em sentido amplo, para designar qualquer ato sexual ilícito. Aqui , no contexto de 1 Coríntios 5:1-13, ela deve ser entendida como ”fornicação” (sexo praticado por pessoa solteira), “prostituição” e “imoralidade” Deve-se notar que o fato de Paulo não empregar a palavra moichéia (adultério), e sim, pornéia, talvez possa indicar que o pai do rapaz já fosse falecido. Tratava-se, portanto, de um caso de incesto, condenado tanto pelas leis judaicas (ver Dt 22:30; 27:20), quanto pelas romanas.10

Face à gravidade do pecado de um de seus membros, o que fez a igreja de Corinto? Nada, nenhuma tentativa para resolver a situação. Ao contrário: andavam “ensoberbecidos” (ICo 5:2), ou seja, em vez de baixarem a cabeça e ficarem envergonhados pelo ocorrido, estavam cheios de orgulho espiritual (isso não quer dizer que aprovavam o ato do rapaz, mas que, apesar da gravidade do ato, ainda se sentiam orgulhosos espiritualmente). E, como conseqüência, nem chegaram a se lamentar pelo ocorrido (5:2).
Devido à indulgência e frouxidão da liderança e dos membros da igreja de Corinto, Paulo ordenou-lhes que o ofensor fosse “tirado” do meio deles (5:2), ou seja, fosse desligado da igreja (cf. Mt 18:18). Além disso, que também fosse “entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor [Jesus]” (5:5). Essas são palavras fortes, mas apropriadas ao caso. “Ser entregue a Satanás” aqui, equivale a ser “tirado” ou desligado do corpo de Cristo – a igreja. Como só há dois reinos, o de Cristo e o de Satanás, o jovem deveria ser ”posto” onde ele mesmo já se encontrava: no reino do inimigo. Isso deveria causar um choque ao ofensor, fazê-lo compreender a enormidade e gravidade de seu ato, e levá-lo ao arrependimento. Mas como a igreja nada fizera para discipliná-lo, ele estava no reino de Satanás, pensando estar ainda no reino de Deus. Se o moço aceitasse a disciplina, confessasse seu ato e dele se arrependesse, poderia ter “sua carne destruída” – expressão de difícil entendimento, mas provavelmente se refira à situação de se vencer as tentações carnais que levavam esse rapaz ao pecado. Se ele fosse um vencedor de suas tendências imorais e fornicarias, seu “espírito” (ele mesmo) seria salvo “no Dia do Senhor” (uma referência à segunda vinda). E se isso ocorresse, estaria cumprido o objetivo maior de toda disciplina: a conscientização e salvação do ofensor.

O outro extremo: justiça sem misericórdia
2 Co 2:5-11 – Em sua segunda epístola à igreja de Corinto, Paulo fala de alguém que pecara, fora disciplinado, mas fora também banido do amor e da simpatia dos membros da igreja (2Co 2:5-11) – uma situação exatamente oposta àquela mencionada em sua primeira carta, como foi visto.
De acordo com 2 Coríntios 2:5, o ex-membro havia causado “tristeza” à igreja (não nos é dito o que ele havia feito). Alguns o identificam com o jovem fornicário de 1 Coríntios 5:1-13), que fora disciplinado “pela maioria” (2:6) – procedimento correto adotado, visto que a disciplina é ministrada não por uns poucos membros, nem ainda pela comissão da igreja (que apenas estuda o caso e recomenda a disciplina), mas pela maioria dos membros da igreja, presentes a uma reunião administrativa devidamente convocada.11
Pelo relato paulino, vê-se que a disciplina cumprira seu propósito de conscientizar e levar o ofensor e ex-membro à confissão e ao arrependimento. Ele estava triste pelos atos praticados. Mas sem o perdão, conforto, amor e simpatia de seus irmãos de fé, estava sendo “consumido por excessiva tristeza” (2:7). Esse é um caso típico de “zelo sem entendimento” de justiça sem misericórdia. Se no caso do moço fornicador de 1 Coríntios 5 faltou firmeza e justiça (aspecto firme do amor), no caso mencionado na 2a carta aos Coríntios faltou misericórdia (a face suave do amor) e sobrou zelo farisaico. A verdade é que, por sua atitude penitente e arrependimento, o irmão disciplinado merecia nova chance. Por isso, Paulo roga aos irmãos de Corinto: “Que confirmeis para com ele o vosso amor” (2:8). E, em assim fazendo, não permitiriam que Satanás (o instigador de todo o mal) alcançasse vantagem sobre a igreja (2:11). O fato é que Satanás alcança vantagem quando a igreja é omissa e frouxa quanto à disciplina, bem como quando ela disciplina com um zelo destituído de amor. A frouxidão embala o membro com uma falsa segurança quanto à sua salvação, enquanto o zelo farisaico impede o retorno do irmão arrependido.

“Quando a pessoa que errou se arrepende e se submete à disciplina de Cristo, cumpre dar-lhe outra oportunidade. E mesmo que se não arrependa e venha a ficar colocada fora da igreja, os servos de Deus têm o dever de envidar esforços com ela, buscando induzi-la ao arrependimento. Se a pessoa se render à influência do Espírito de Deus, dando evidência do seu arrependimento, confessando e renunciando ao pecado, por mais grave que tenha sido, deve merecer o perdão e ser de novo recebida na igreja. Aos seus irmãos compete encaminhá-la pela vereda da justiça e tratá-la como desejariam ser tratados em seu lugar, olhando por si mesmos para que não sejam tentados de idêntico modo.12
Pelo visto, os irmãos de Corinto, ao tratarem do caso desse irmão que havia causado tristeza à igreja, demonstraram sofrer de SIMV – Síndrome do Irmão Mais Velho – , relatada em Lucas 15:25, cujos sintomas são um coração cheio de ira (Lc 15:28), queixoso (15:29) e condenador (15:30), em relação ao irmão que saiu de casa, mas que voltava arrependido. Enquanto uma festa acontecia dentro de casa para comemorar a volta do irmão desgarrado, o irmão mais velho preferiu ficar no alpendre. Será que o pai conseguiu persuadi-lo a entrar? A parábola deixa essa questão em aberto, justamente para que cada ”irmão mais velho” (membro da igreja que nunca precisou ser disciplinado) diga se participará da festa quando um membro faltoso se arrepende e retorna, ou se ficará no alpendre do farisaísmo e da falta de simpatia e amor.

Razões para a Disciplina dos Membros
1. Negação da fé nos princípios fundamentais do evangelho e nas doutrinas básicas da Igreja, ou o ensino de doutrinas contrárias a eles.
2. Violação da lei de Deus, tal como a adoração de ídolos, homicídio, roubo, profanação, jogos de azar, transgressão do sábado, e falsidade voluntária e habitual.
3. Transgressão do sétimo mandamento da lei de Deus, pelo que diz respeito à instituição matrimonial , ao lar cristão e às normas bíblicas da conduta moral.
4. Transgressões tais como fornicação, promiscuidade, incesto, prática homossexual, abuso sexual de crianças e de adultos vulneráveis e outras perversidades sexuais, e novo casamento de pessoa divorciada, exceto o cônjuge que permaneceu fiel ao voto matrimonial num divórcio causado por adultério ou perversões sexuais.
5. Violência física, inclusive violência na família.
6. Fraude ou deliberada falsidade no comércio.
7. Procedimento desordenado que traga opróbrio sobre a igreja.
8. Adesão ou participação num movimento ou organização separatista ou desleal.
9. Persistente negativa quanto a reconhecer as autoridades da igreja devidamente constituídas, ou por não querer submeter-se à ordem e à disciplina da igreja.
10. 0 uso, a fabricação ou a venda de bebidas alcoólicas.
11. 0 uso, a fabricação ou a venda do fumo em qualquer de suas formas para consumo humano.
12. 0 uso indevido ou o tráfico de narcóticos ou outras drogas.

Aplicando a Disciplina
É esperado que os membros de uma comissão de igreja (ou qualquer outra) tenham procedimento ético, prontidão e delicadeza na administração da disciplina, que avaliem e decidam com base em fatos, que não comentem com os demais irmãos da igreja assuntos tratados nas reuniões de comissão. Do membro a ser disciplinado é esperado o reconhecimento da seriedade de sua falta e acatamento da disciplina, arrependimento, mudança de conduta (e em caso de remoção, que retorne ao seio da igreja). De todos os membros da igreja se espera que tenham atitude firme, mas perdoadora para com o membro disciplinado, e que continuem mantendo interesse no bem-estar espiritual dele. Uma visita de vez em quando fará muito bem a ele, fazendo-o ver que seus irmãos de fé ainda o amam, apesar do ocorrido. Se, após análise detalhada e exaustiva do caso, a comissão da igreja entender que o ofensor deva ser disciplinado, ela encaminhará a recomendação de disciplina à igreja, que a votará em uma reunião administrativa, devidamente convocada. A aprovação (ou não) da recomendação para a disciplina se dará pelo voto da maioria. No caso da disciplina ser a remoção, a notificação deverá ser feita por escrito e entregue, de preferência, pelo pastor ou por alguém designado pela comissão da igreja, o qual deve assegurar ao removido que Deus e a igreja sempre esperarão por seu retorno. Em conclusão a esse assunto tão espinhoso, mas ao mesmo tempo tão necessário para a preservação das normas bíblicas e para uma vida espiritual sadia, deveríamos sempre nos lembrar de que: (1) somos todos pecadores, e assim não deveríamos nos julgar superiores aos irmãos que erram e são disciplinados. Como diz Paulo: “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia”(1 Co 10:12), e (2) devemos tratar os outros assim como gostaríamos de ser tratados. De acordo com a Regra Áurea,”tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles”(Mt 7:12).

Tipos de Disciplina
Basicamente, há dois tipos de disciplina eclesiástica:
1) Censura: de um a doze meses, aplicada àqueles que cometem atos que merecem a desaprovação da igreja, mas que se arrependeram profundamente e fizeram confissão espontânea. Tal disciplina tem o duplo propósito de manifestar a desaprovação da igreja, bem como dar tempo ao ofensor de corrigir sua conduta. Enquanto durar o tempo da censura, o membro não pode participar publicamente dos cultos, nem ensinar em uma classe da Escola Sabatina, por exemplo. Mas não deve ser privado de assistir às reuniões da igreja. Uma vez terminado o tempo da censura, e havendo o ofensor dado mostras de mudança de comportamento, ele volta à plena comunhão com a igreja, sem necessidade de qualquer outro voto.
2) Remoção: aplicada em casos de flagrante violação da lei de Deus, especialmente quanto a pecados de fornicação (sexo praticado por solteiros), adultério, todos os atos de indiscrição moral, além de outros pecados que trazem opróbrio público sobre a igreja. Nesses casos, a remoção é necessária para a proteção do bom nome da igreja e das normas cristãs. Quando o membro removido der provas de estar de acordo com as normas e ensinos da igreja, ele ou ela retorna geralmente pelo rebatismo.

Referências
1. Antônio Geraldo da Cunha, Dicionário Etimológico da língua Portuguesa (Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982), p. 268.
2. Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Novo Dicionário Aurélio da língua Portuguesa, 3a ed. (Curitiba: Editora Positivo, 2004), p. 684.
3. W. E.Vine, Dicionário Vine (Rio de Janeiro: CPAD, 2003), p 153.
4. Ibid.
5. F. Wilbur Gingrich Léxico do Novo Testamento Grego/Português (São Paulo: Vida Nova, 1993), p. 153.
6. W. E. Vine, Dicionário Vine, op. cit-, p. 153.
7. Gerhard Friedrich, Theological Dictionary of the NewTestament, v. 50 (Grand Rapids: Eerdmans, 2006), p. 623.
8. Ellen G. White, Testemunhos Seletos, v. 3 (Santo André: Casa Publicadora Brasileira, 1985), p. 201.
9. Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja,v. 3 (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2002), p. 269.
10. R. N. Champlin, 0 Movo Testamento Interpretado, v. 4 (São Paulo: Candeia, 1995), p. 68,69.
11. Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia, edição revisada em 2005 (Tatui: Casa Publicadora Brasileira, 2006), p. 197.
12. Ellen G. White, Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1993), p. 502.

Artigo de Ozeas Caldas Moura, doutor em Teologia Bíblica e editor na Casa Publicadora Brasileira, publicado na Revista Adventista de Julho/2008.