Bênçãos inesperadas
No tocante a mim, confio na Tua graça; regozije-se o meu
coração na Tua salvação. Salmos 13:5
Em 2005, passei no vestibular para Biblioteconomia e fiquei
muito feliz, pois um sonho estava se realizando. Mas fiquei temerosa também, já
que muitos amigos haviam testemunhado sobre quão difícil era a questão das
aulas no sábado. Alguns, com duras lutas, conseguiram, mas a maioria desistiu
no caminho e outros ainda se perderam em meio às pressões. Orei muito a Deus
para que me desse sabedoria para lidar com as provações que provavelmente
viriam.
No primeiro dia de aula, muito confiante que Deus já tinha
ouvido minhas orações, fui à sala da coordenadora. Anunciei meu nome, falei
sobre ser adventista e mencionei o meu interesse em falar com ela. Ela nem me
deixou terminar e disse: “Você é adventista? Não quero nem saber de vocês. Pode
ir embora, que não vou falar com você e nem quero ouvi-la.” Foi um choque.
Perguntei para Deus por que Ele não tinha me atendido. O que tinha acontecido?
Então, esperei, mas não tive resposta. Decidi aguardar
alguns dias e fui novamente tentar falar com a coordenadora. Nesse dia, ela
resolveu meio a contragosto me ajudar. Fez um calendário das disciplinas que eu
poderia cursar e as que poderia adiantar. Agradeci a Deus e me propus a fazer
realmente a diferença na faculdade.
Em todas as datas especiais comecei a fazer lembrancinhas e
cantar músicas da igreja na sala para meus colegas e professores, com o
pretexto de fazer-lhes uma homenagem. Aos poucos, fui pregando sobre Deus e o
sábado. No fim do ano, eu queria fazer algo que exercesse impacto maior nos
colegas de sala e nos professores. Foi quando organizei a “Festa da Amizade”,
com o intuito de promover um momento de gratidão.
Preparei um pacote de presente muito bonito, com uma Bíblia
personalizada e um panetone para cada colega e professor. Fiz um clipe com
fotos que tiramos durante o ano e cantei sobre nossa amizade e a de Jesus para
conosco. No fim da festa, entreguei a Bíblia para cada um. Todos ficaram
emocionados. Quando entreguei o presente para uma colega, ela abriu o pacote
com ar de desprezo, jogou a Bíblia em minha mão e disse: “Isso não entra em
minha casa; eu não creio nisso e não quero!” Fiquei sem reação. Peguei a
Bíblia, pedi desculpas e disse que não tinha intenção nenhuma de magoá-la.
Depois, dois amigos vieram me consolar, dizendo: “Não fique triste por isso.
Ela é budista e temos orado por ela. Se ela teve essa reação é porque o
Espírito Santo tem tocado o coração dela.” Agradeci a Deus por me enviar essas
palavras. Em cada momento, eu sentia o Espírito Santo trabalhando com meus
amigos de sala e com meus professores.
Pelos cálculos que minha coordenadora tinha feito, eu
terminaria o curso em quatro anos, um ano a mais do que a grade normal previa.
A coordenadora acabou saindo do cargo e a nova não quis dar importância nenhuma
ao meu caso. Três disciplinas caíram na sexta-feira e no sábado, novamente.
Fiquei arrasada e perguntei a Deus por que tinha que ficar mais um ano na
faculdade. De novo estava sem resposta. Mas não desisti e continuei meus
estudos.
Finalmente, após cinco anos, concluí o curso de
Biblioteconomia. E foi no fim do último semestre que Deus me respondeu por que
ficar mais um ano na faculdade. Decidi que, como era o último ano, iria
entregar algo especial para os alunos e a equipe administrativa. Quando fui
pedir autorização para meu coordenador, ele deu a resposta que esperei de Deus
por um ano. Ele disse: “De tanto você falar no sábado, conseguimos para o próximo
ano que todas as disciplinas de sexta-feira e sábado sejam oferecidas para os
adventistas à distância (online), nos cursos de Biblioteconomia e Secretariado.”
Compreendi que, por maiores que sejam os meus sonhos, os
sonhos de Deus são melhores para mim. Agradeço a Deus, pois Ele me ajudou a
confirmar Seu amor por mim e a esperança em Sua vinda. Dos meus sonhos
frustrados, vivenciei bênçãos inesperadas.
Rosilene de Melo Oliveira Schwartz
(UCOB)
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